Eu digo NÃO!

Em defesa da língua portuguesa, o autor deste blogue não adopta o "acordo ortográfico" de 1990 por este ser inconsistente, incongruente e inconstitucional, para além de, comprovadamente, ser causa de crescente iliteracia em publicações oficiais e privadas, na imprensa e na população em geral.


19/01/2009

Corografia Portuguesa.

Em 1706, o Padre António Carvalho da Costa editou um trabalho a que deu o título de "Corografia Portuguesa e descrição topográfica do famoso reino de Portugal com as noticias das fundações de cidades, vilas e lugares que contém Varões ilustres, genealogia das famílias nobres, fundações de conventos, catalogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios e outras observações curiosas".
Deste trabalho dou a conhecer, primeiramente, o que diz respeito ao Couto de Manhente.
Aqui verificamos que parte de Galegos Santa Maria, bem como Areias de S. Vicente e Tamel de S. Veríssimo, fazem parte desse couto, estando por isso debaixo da sua jurisdição no cível e órfãos, sendo que no crime respondem a Prado.
Estranhamente o Padre António Carvalho da Costa deixa de fora a freguesia de Galegos São Martinho, uma vez que esta freguesia pertencia quase metade ao couto de Manhente. Aliás, aquando do inquérito levado a efeito por ordem de Dua Majestade o Rei D. José I e do Marquês de Pombal, para se inteirarem dos eventuais prejuízos resultantes do terramoto de 1755, o reitor de Galegos São Martinho escreve a determinada altura da sua resposta: "Está esta freguezia sujeita às justiças de duas jurisdiçoins como bem a saber, os lugares da Igreja, do Campo, da Bouça do Villar, à justiça da Vila de Prado, no civel, crime e horfaons. E os lugares da Tilheira, Villarinho e Rial, ao juis ordinario do Couto de Manhente no que respeita o civel e horfans somente e no crime ao juis de Prado".
De toda a maneira uma coisa é certa, Galegos Santa Maria tinha uma área pouco extensa que pertencia à jurisdição do couto de Manhente, há documentos que o comprovam, sendo que a maioria do território estaria sob a alçada do Couto de Azevedo, até porque era padroeiro "in solidum" desta abadia Pedro Lopes de Azevedo Pinheiro Pereira e Sá, Senhor da Ilustre Casa e do Couto de Azevedo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Achei muito interessante esta ideia do blogue e particularmente deste texto que nos ilucida sobre o que foi a nossa terra em tempos de El Rei...
Parabéns pelo blogue...

Catarina Miranda