No Cávado Jornal de 15/07/2009, entrevista com o "mister" João Salgueiro:
Aconteceu o desfecho mais previsível. O treinador que conquistou uma temporada notável ao serviço do clube da Devesa acaba de renovar com o Santa Maria. João Salgueiro está agora "motivado" para consolidar o clube entre os melhores da III divisão Nacional. Capacidade não lhe falta.
CJ - A renovação do contrato com o Santa Maria era previsível depois de uma temporada fantástica?
JS - Depois do que fizemos ao longo da temporada, era previsível que a renovação do contrato fosse efectuada, porque também era importante dar continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo do ano, mesmo até para continuar com o grosso do plantel, porque ao acontecer isso o clube ganha muito mais estabilidade, quer técnica e mesmo financeira que é sempre importante, visto que os clubes hoje em dia nesse aspecto têm muitas dificuldades.
CJ - Treinar o clube da sua terra no futebol nacional era um "sonho antigo"?
JS - Eu ao longo destes doze anos de treinador, sempre trabalhei com um objectivo de estar sempre a evoluir, e passava também por chegar aos campeonatos nacionais, mas eu sabia que para entrar nos campeonatos nacionais (que não é fácil), só conseguindo subir uma equipa é que por vezes se tem essa oportunidade, foi isso que aconteceu. Ter a felicidade de começar a treinar nos nacionais, no clube da minha terra é uma felicidade a dobrar, porque sempre se pensa que isso um pode acontecer, não vou dizer que era um sonho antigo, mas uma ideia que me passava pela cabeça.
CJ - Que prioridade passa pela nova temporada?
JS - As prioridades estão bem definidas, visto que este campeonato tem uma particularidade de ter duas fases. Na primeira fase vamos tentar ficar nos seis primeiros lugares, porque dava logo acesso a não descer de divisão. Depois temos também outras prioridades que passam por voltar a ser uma equipa a elevar o nome de Santa Maria e também de Barcelos.
CJ - O plantel está praticamente fechado?
JS - Está quase fechado, mas ainda falta saber com quem vamos contar do Gil Vicente, para depois decidirmos se vamos contratar mais algum jogador. Neste momento renovamos com a base de jogadores do ano passado e fizemos três contratações, vamos aguardar para ver se nos falta mais algum jogador.
CJ - Que tipo de apostas pretende fazer?
JS - A aposta é clara, juventude mais identificada com o clube, voltar a criar a mística à volta do clube, trazendo mais jogadores de perto de Galegos Santa Maria, dar oportunidade às acmadas jovens do clube, (este ano subimos dois júniores aos seniores) é um trabalho que demora o seu tempo, mas tem que ser uma das prioridades do clube para ter uma participação maior da parte de todos.
CJ - Quais serão os objectivos?
JS - Os objectivos são claros, passam por atingir na primeira fase o sexto lugar, e nós sabemos que quem ficar nos seis primeiros depois joga para a subida de divisão, também é nosso objectivo dar uma boa imagem e tentar que o Santa Maria volte a ser um clube dos nacionais, como o já foi no passado.
CJ - Quais são as prioridades para o futuro próximo?
JS - Ter cada vez mais competência como treinador de futebol, estar cada vez mais preparado para exercer esta actividade tão apaixonante, e que cada vez é mais exigente e complexa, e tão cheia de armadilhas. Ser competente numa actividade onde na bancada todos são treinadores, e muitas das vezes julgam-se melhores do que aqueles que estão no banco, dá muito trabalho. No fundo a minha prioridade é tentar ser melhor treinador amanhã do que sou hoje, pois o resto vem por arrasto.
CJ - Vieira foi uma aposta do Gil Vicente. Acredita que ele fez uma boa escolha?
JS - Penso que sim. Primeiro porque o Gil Vicente é uma boa equipa. Segundo, continua perto da sua família, dos seus amigos, e ele precisa de alguma estabilidade emocional, não perdendo isso, se as pessoas ligadas ao Gil Vicente tiverem alguma paciência na primeira fase de adaptação a uma nova realidade, ele pode continuar a crescer e dentro de algum tempo pode ser importante na equipa do Gil Vicente."
(Autor: Miguel Sá Pereira - Cávado Jornal, 15 de Julho de 2009)
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