Eu digo NÃO!

Em defesa da língua portuguesa, o autor deste blogue não adopta o "acordo ortográfico" de 1990 por este ser inconsistente, incongruente e inconstitucional, para além de, comprovadamente, ser causa de crescente iliteracia em publicações oficiais e privadas, na imprensa e na população em geral.


25/11/2009

25 de Novembro

Passaram 34 anos desde que um punhado de Homens valentes e patriotas desencadearam um golpe militar para acabar com a influência da esquerda militar radical no período revolucionário iniciado em Portugal no seguimento do 25 de Abril de 1974.
Esta acção militar constituiu uma resposta à resolução do Conselho da Revolução de desmantelar a base aérea de Tancos e de substituir alguns comandantes militares. Os partidários do designado "Poder Popular" ocupam então várias bases militares, bem como meios de comunicação social.
O contra-golpe foi levado a cabo pelos militares da ala moderada, na qual se enquadrava Jaime Neves, Ramalho Eanes e Vasco Lourenço.
Em Galegos (Santa Maria), este golpe foi bem recebido e muito aplaudido, uma vez que a maioria da população não queria o "poder popular" de uns poucos radicais de esquerda, que por aqui também tentaram espalhar a ideia da criação de uma "Cuba na Europa".
A propósito, só para terem uma pequena ideia daquilo que se passou por cá, pessoa idónea conta que estando a participar, juntamente com outros elementos, numa reunião da ACR (Acção Católica Rural) no antigo salão paroquial, este foi cercado pelas forças policiais a fim de prender todos os participantes dessa reunião "clandestina e contra-revolucionária". Contudo, depois de se inteirar das reais razões daquela reunião, o comandante da força policial acabou por retirar por não ver razão para prender e interrogar os, falsamente acusados, "contra-revolucionários".
O mais grave é que os denunciantes eram, e são, cidadãos de Galegos (Santa Maria)!
Era gente que queria participar e ajudar a implantar um "poder popular" em Portugal contra a vontade da maioria do povo português -"e, oxalá que, realmente não tenhamos que um dia encher a arena do Campo Pequeno com muitos contra-revolucionários, antes que os contra-revolucionários nos metam a nós no Campo Pequeno" (Otelo Saraiva de Carvalho, 15/06/1975).
Felizmente que a maioria do povo português soube escolher a verdadeira democracia e o pluripartidarismo que nos tem permitido, umas vezes melhor do que outras, viver em liberdade, desenvolvimento, progresso e bem-estar, pena é que não se tenha obtido melhores resultados, mas isso, penso eu, faz parte do nosso fatalismo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho andado a ler sobre a vida de Francisco Sá Carneiro, um dos fundadores do PPD, hoje PPD/PSD.
A fazer fé no que se lê na wikipédia... era filho de um dos homens mais influentes da Acção Católica Rural (ACR)... tentou inscrever o PPD na Internacional Socialista... mas o PS (Partido Socialista) fê-lo primeiro. Sá Carneiro representava, uma parte do PPD, a marxista, ou mais "soft" a socialista. Existem outras facções a populista a liberal e monárquica...

Curiosidade: Quem analisar com cuidado a lista do PSD para a assembleia de freguesia conclui que uma boa parte dos membros têm ou tiveram escola na ACR. A ACR já "produziu" pelo menos dois presidentes para a junta de freguesia de Galegos.