A infra-estrutura nasceu da imposição oficial do governo de Costa Cabral (1846), que proibindo de se realizarem os enterros dentro das igrejas, para além das novas leis de recrutamento militar e alterações fiscais, foram rastilho para o deflagrar da "revolução da Maria da Fonte", obrigando os responsáveis paroquiais dessa altura a realizarem esta obra.
Originalmente, o cemitério tinha metade da área actual, tendo sido alargado nos finais da década de setenta ou inícios de oitenta para as dimensões que todos conhecemos agora.
Mal grado o estado actual, a Junta de Freguesia assegurou a compra do terreno necessário para novo alargamento, agora para poente, até ao limite do caminho das "passadeiras", estando à espera que a C.M.Barcelos disponibilize os meios necessário para a execução das obras necessárias.
Com este impasse, a Junta de Freguesia também não realiza as obras de reparação e beneficiação necessárias, pelo que o seu estado se degrada dia após dia, transmitindo uma imagem pouco digna aos olhos daqueles que nos visitam por altura dos funerais ou em visitas esporádicas a entes queridos já falecidos.
1 comentário:
Olá Francisco.
Mais uma vez, parabéns pelo valioso trabalho. É uma chamada que não se desliga, e que nos aproxima de casa.
Queria apenas deixar um pequeno contributo para a história do Cemitério, em particular da simbologia presente no centro do arco superior.
Comum em muitos cemitérios europeus e sul americanos, a imagem da cobra, da foice e da ampulheta com asas, tem uma explicação:
- Ampulheta Alada: símbolo da transitoriedade da vida, com asas de anjo (dia), o tempo que voa;
- Segadeira, a arma utilizada pelo ceifador (a Morte), um dos 4 cavaleiros do Apocalipse, na "colheita das almas";
- Ouroboro: cobra engolindo a própria cauda, simboliza o tempo cíclico, a eternidade e o indivisivel, a característica de auto sustento da natureza.
É mais comum que estes elementos estejam separados, e que as asas da ampulheta sejam de morcego (noite), pelo que o conjunto apresentado em Galegos é de algum relevo cultural. Existem outros, mesmo na zona de Barcelos, mas a maioria já se perdeu.
Existem espalhados pelo cemitério, outros ícones com simbologias bastante interessantes, principalmente os dos jazigos mais antigos.
Pese a carga lubrugue que este tema possa despertar, é da maior importância que saibamos preservar o nosso património, (não só o edificado, claro): um povo sem passado, é um povo sem futuro.
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