A propósito das Jornadas Mundiais da Juventude, a página da Rádio Renascença dá destaque ao nosso conterrâneo Alberto Salgueiro, que vive na Polónia.
Tudo começou na primeira participação de Alberto Salgueiro nas JMJ. Na sua e da sua paróquia! Alberto conta à Renascença como tudo aconteceu.
“Fomos só três. Foi a primeira vez que alguém da minha paróquia foi
às JMJ. Foi incentivo do senhor padre. E foi lá que conheci, entre muita
gente, uma pessoa que, depois, viria a ser minha esposa”.
No início eram apenas amigos, com amigos comuns… Amigos que se escreviam…
“Tínhamos amigos do Chile, do Canadá… Mas houve uma troca de contacto, de postais no Natal, na Páscoa… mais com ela…”
Em 2004, Alberto Salgueiro veio à Polónia, para participar num
seminário do Programa Juventude, um Programa da União Europeia para
jovens, e decide visitar a amiga, Joanna. Uma visita que se prolongou um
pouco mais que o previsto.
“Disse: ‘já que tenho uma amiga na Polónia, então vou visitar a
amiga’. Depois do seminário fiquei dois dias na terra dela (Chrzanów)… e
alguma coisa aconteceu… e que me fez ficar…”.
Mais tarde, nesse ano, Alberto termina a licenciatura em Psicologia e
vem para a Polónia. Mesmo sem dominar a língua, os “amigos” comunicavam
em “linguagem gestual e inglês”.
“Tanto eu como ela falamos inglês, provavelmente não tão bem, mas… sobretudo inglês e muita linguagem gestual”.
Hoje, Alberto, de 36 anos, é casado com Joanna Szyndler, professora
de matemática, com 37 anos, e tem duas filhas, uma com 4 outra com 6
anos. O curso? Esse, para já, fica na gaveta, pois para o exercer,
Alberto tem que “saber a língua na perfeição” e realizar um “exame
nacional”. Vale-lhe a língua nativa como instrumento de trabalho,
aproveitando a onda dos fundos europeus atribuídos à Polónia.
“Já fiz várias coisas ligadas à língua portuguesa com associações
comerciais e industriais. Agora há muitos fundos europeus. Eles (os
poloneses) fazem vistas de contacto noutros países e quando é para
Portugal ou França, precisam de um intérprete. Então eu organizo essas
viagens, o encontro, logística”.
Acolher peregrinos. “Chegou a altura de retribuir”.
Neste momento, Alberto e Joanna têm na sua paróquia - Paróquia de
Nossa Senhora Ostrobramskiej - cerca de 200 pessoas da diocese de Viseu,
Guarda, Lisboa, Porto, Braga e Aveiro.
De entre “essa gente toda” está “um grupo muito especial” para
Alberto - o grupo de jovens de Galegos de Santa Maria, Barcelos, a sua
terra de origem. “Galegos de Santa Maria que, agora, passa a nossa
imagem de marketing, o galo de Barcelos”, diz Alberto com humor.
Alberto fez parte do grupo de jovens de Galegos desde os 14 anos até
aos 24. “Fui presidente durante 4 anos. Pertenci sempre à equipa de
animação, mas depois tive que deixar, quando vim para aqui, mas estive
sempre em contacto e ajudando no que fosse necessário”.
Encontrou-se com o grupo nas JMJ na Alemanha. E agora, com as JMJ na
Polónia, Alberto faz a experiência de acolher o seu próprio grupo de
adolescência e juventude que este ano completa 20 anos de existência.
“São 16 pessoas e mais duas que vêm no fim-de-semana, são 18. E estão
acolhidos lá, em nossa casa, e é para mim uma satisfação imensa,
imensa, ter em minha casa o grupo que eu vi fundar, do qual fui
presidente, e com quem fui a várias JMJ”.
“Agora chegou a altura de retribuir aquilo que me deram muitas vezes.
Era o mínimo que eu poderia fazer, ajudar o máximo que pudesse, que era
o alojamento e tudo o que fosse logística. Tem sido fantástico”.
“Eles sabiam que eu estava cá. Eu tinha imenso gosto que eles viessem
para aqui. E eles fizeram questão de vir para onde eu estava. E tudo
foi planeado para a nossa paróquia”.
Alberto sente-se feliz, “muito feliz” por poder “cantar novamente as
músicas da pastoral juvenil” que cantava em Portugal. “Foi preciso
esperar 12 anos, para poder ter aqui [na Polónia] portugueses e viver o
espírito que vivia em Portugal”, desabafa, feliz.
Questionado pela Renascença sobre o possível
regresso a Portugal, Alberto considera “muito complicado regressar, por
questões de trabalho” e, também, porque uma filha “já anda na escola e a
outra vai daqui a dois anos”, mas, “é uma questão que nunca está
fechada”.
“É um desejo, mas tem que se pensar também na realidade... Neste momento é mais por cá…”.
“Na brincadeira com a minha esposa, digo muitas vezes que na reforma
vamos para Portugal para compensar um bocadinho. Eu gostava muito e a
minha esposa também gostava, se bem que aqui também estamos bem, bem
acolhidos e bastante bem integrados, mas… nunca se sabe”, conclui.
(Ligação ao artigo original: http://rr.sapo.pt/noticia/60137/jmj_em_chrzanow_uma_historia_de_amor_une_portugal_e_polonia?utm_source=rss)
Sem comentários:
Enviar um comentário