Eu digo NÃO!

Em defesa da língua portuguesa, o autor deste blogue não adopta o "acordo ortográfico" de 1990 por este ser inconsistente, incongruente e inconstitucional, para além de, comprovadamente, ser causa de crescente iliteracia em publicações oficiais e privadas, na imprensa e na população em geral.


20/07/2016

Memória


(extracto dactilografado da sentença de 28/04/1925)

Até 28 de Abril de 1925, o Sr. Joaquim António Alves Pinto, pai do Sr. António "Pó" de Souto de Oleiros, habitava "uma casa meeira de S. Miguel de Roriz e de Santa Maria de Galegos".
Essa casa localiza-se no Lugar de Arrabalde, cujo topónimo, sendo comum às duas freguesias, pressupõem que ambos seriam habitados por pessoas pertencentes às duas freguesias.
Nas memórias paroquiais de 1758, tanto o pároco de Roriz como o de Galegos fazem referência a esse Lugar, embora de maneira diferente. O primeiro chamava-lhe Arrebal, enquanto o de Galegos lhe chamava Revaldos.
Outro facto curioso é que nessa memória o abade Baltasar Ferreira da Silva menciona o Lugar de Outeiro e Teotónio da Fonseca, no seu livro "Barcelos aquém e além-Cávado" não o faz, o que talvez indicie que o lugar não estaria habitado por altura da recolha dessa informação -uma pequena ressalva, Teotónio da Fonseca morreu em 1937 e o livro foi editado por volta de 1948.
Actualmente, embora Arrabalde faça parte da nossa toponímia, não há qualquer habitação registada como de Galegos (Santa Maria). É que aos poucos os de Roriz foram fazendo avançar a estrema cada vez mais para o nosso lado, conquistando assim uma enorme fatia de território sem que as nossas autoridades autárquicas, desde o primeiro quartel do século XX, se importassem ou fizessem alguma coisa para o impedir.
Como foi possível chegar a este ponto, permitindo estes atropelos e usurpação de partes de território sem que ninguém tenha feito ou tomado qualquer atitude para preservar a total integridade de Galegos (Santa Maria)? 
É incompreensível a falta de informação sobre as estremas e o total desinteresse demonstrado pelos responsáveis, em primeiro lugar os abades, nomeados pela Casa de Azevedo - que desde 1480 estiveram à frente dos destinos desta paróquia, e depois os presidentes das Juntas da Paroquia e finalmente os Presidentes da Junta após a implantação da República, que ao omitirem essa informação para memória futura, acabaram por serem cúmplices, eles todos, deste crime lesivo para Galegos (Santa Maria).  

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