No seu "Barcelos Aquém e Além Cávado", Teotónio da Fonseca escrevia, a propósito de Galegos Santa Maria, que "as suas casas mais importantes são: a de Aldeia, a do Macedo, a do Souto, a do André, a do Salgueiro, a de Trás da Fonte e a das Almas".
É desta última que trato hoje, a casa das Almas, pertencente ao Sr. Manuel Macedo, em Aldeia, devendo o seu nome às Alminhas que lá tem embutida na parede.
Mas o que me chamava a atenção, para além das alminhas, era aquela parte da casa delimitada pelas duas secções de pedra em alvenaria e as gateiras!
Embora desconfiasse, acabei por descobrir que nesta casa já existiu uma capela, que depois de desactivada foi adaptada para habitação e arrumos.
Mas faltavam os dois elementos decorativos indiciadores da existência de uma capela, a cruz e os dois pináculos laterais de pedra... Afinal não estavam muito longe, estão na casa da Dª. Samarina, ou melhor dizendo, a de Aldeia.
Na foto abaixo podem encontrar esses elementos decorativos na sua nova função.
Segundo parece, no final do século XIX ou início do século XX os proprietários das duas casas, por razões que ainda desconheço, acordaram uma troca de propriedades e dessa troca resultou a desactivação da capela aqui mencionada, não tendo a certeza se a mesma foi posteriormente instalada no local onde estão a cruz e os pináculos actualmente, ou simplesmente desapareceu, até porque a única capela particular conhecida em Galegos Santa Maria é a do Senhor da Saúde, situada nas Termas do Eirôgo.
De qualquer maneira, é mais um facto curioso que registo do passado desta freguesia.
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