A foto mostra uma cena da peça "Rainha Santa Isabel" do ano de 1977.Em tempos mais recuados, Galegos (Santa Maria) assistiu a muitas representações e sessões de teatro organizadas e participadas por gente da terra, capazes de encher o salão paroquial e animar as noites de sábado ou tardes de domingo, foram tempos de intensa actividade cultural da paróquia.
Infelizmente, com o alargar do leque das opções e a falta de tempo para ensaiar, a par de alguma má vontade do responsável máximo da paróquia, acabaram por ditar a morte da actividade teatral em Galegos.
E porque é que a recordo hoje?
Porque na sequência da "itinerância dos grupos de teatro pelas freguesias do concelho de Barcelos", incluída no XXIII festival de teatro de Barcelos, uma organização da "A Capoeira", calhou-nos por sorte a prestação do TPC, Teatro Popular de Carapeços, com "vamos contar histórias".
Eu sei que é teatro amador, mas o nível desta sessão acabou por ser igual a uma qualquer a que já assisti na escola, catequese ou outras actividades paroquiais! Esta apresentação era indicada para criancinhas e merecedora de outro horário, muito longe da consideração para satisfazer as necessidades de ordem lúdica, intelectual e moral da alma comunitária, onde ficou o nível técnico, cultural e representativo do festival? Será que para os parolos serve qualquer coisa?
Se todas as acções programadas para o festival estiverem a este nível, por favor, podem acabar já com o festival, poupam dinheiro ao erário público e paciência aos espectadores.
2 comentários:
Alguém me chamou a atenção para este artigo do blogue, já com quase 3 meses..
Não é, nem nunca foi, meu hábito responder a críticas fundadas sobre a qualidade dos trabalhos que faço pessoalmente ou dos grupos que oriento.
Não conheço o Sr. Francisco de Sousa nem a sua qualificação artística e/ou estética para fazer crítica de teatro. Se se tratou apenas da opinião de um espectador, estamos conversados. Cada um é livre de pensar o que quiser. Mal de nós se não sabemos lidar com o dicotómico gosto/não gosto.
No entanto, pelos comentários que tece, parece-me que quer mais do que dar uma opinião. Perdoar-me-á se estou enganado. Com a certeza de que se, no final do espectáculo, quisesse ser esclarecido, eu teria todo o gosto em o esclarecer.
O TPC – Teatro Popular de Carapeços é um grupo de teatro amador que existe há quase 15 anos em que participam cerca de 50 elementos. E sublinho o amador. Tem actividade no campo do teatro com 3 grupos (o TPC propriamente dito, o TPCjunior e o TPCzinho) dedicados ao teatro e um grupo (TPoesiaC) dedicado à poesia. Faz coisas de que gosta para públicos diferenciados. E está há muitos anos habituado a lidar com a crítica.
Como o Sr. Francisco de Sousa disse, também a nós calhou em sorte ir a Pereira e a Galegos Santa Maria, com o TPC e o TPCzinho respectivamente. O convite partiu da organização que não foi nossa. Para Galegos, “Vamos contar histórias” é um trabalho para um público infantil. Não seria difícil, penso eu, perceber-se isso, aliás como o Sr. Francisco de Sousa afirma. Estarei de acordo que o tipo de espectáculo aconselharia ser de tarde e especialmente para crianças. O que o TPCzinho prefere. Mas não foi. E nós respeitamos a vontade de quem nos convida.
O que me atrevo a sugerir-lhe é algum respeito para com os trabalhos de escola ou de catequese. E também os dos grupos amadores. A generalização sugere que são trabalhos inferiores. E cada vez são menos…
Do seu artigo deduzo que só viu o espectáculo que comentou. É pena! O Festival de Barcelos teve excelentes representações. Para o próximo, sugiro que vá ver algumas.
Com as melhores saudações teatrais
José Fernandes
(Director Artístico do TPC)
Para conhecer melhor o trabalho do TPC sugiro a visita a:
http://teatropopularcarapecos.blogspot.com/
Caro Sr. José Fernandes.
O teatro amador merece-me todo o resto e admiração, aliás longe de mim querer menosprezar o trabalho do TPC, enquanto instituição ou particularmente os seus elementos!
Não, o que eu quis referir foi isso mesmo, foi uma crítica aos organizadores do festival, no caso a "A Capoeira", por terem integrado uma apresentação daquelas no horário em que o fizeram, só isso.
De resto, como já acima referi, não tenho nada contra o TPC ou qualquer outro grupo, fazem o seu trabalho em prol da comunidade, o que deve merecer o respeito e gratidão de todos, agora defraudar as expectativas daqueles que se deslocaram para assistir a uma sessão mais condizente com um festival e lhe aparece uma própria para um público mais jovens, convirá dizer que não é muito agradável, não é verdade?
Por isso, Sr. Fernandes, só posso louvar o seu amor pelo teatro, e a dedicação e empenho que coloca no trabalho que faz com adultos e jovens, continue.
Mais, tenho pena que em Galegos (Santa Maria) não haja um "José Fernandes" para, também, promover e incentivar as pessoas para o teatro há semelhança do que acontecia no passado.
Para si e para o TPC muitos sucessos, é o que desejo.
Cumprimentos.
Francisco Sousa
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