Eu digo NÃO!

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05/07/2014

Histórias do barro III


Não se sabe a data exacta do nascimento da artesã Rosalina Pereira, certo é que nasceu, no ano de 1879, no lugar de Santo Amaro, em Galegos (Santa Maria), e que era filha de João Rodrigues e Maria Pereira.
O seu labor sempre foi o de jornaleira, contudo, quando casou, aos 43 anos, com João Domingos da Rocha, mais conhecido por Domingos “Côto”, célebre artesão deste concelho, construiu uma nova vida ligada à arte popular.
Antes deste casamento, Rosalina teve um filho, Manuel Pereira, seu único descendente. Também ele preconizou uma vida ligada ao barro, juntamente com a sua esposa, Ana “Baraça”.
Rosalina depressa se deixou deslumbrar pelos encantos do barro. Passou a dedicar-se, essencialmente, à feitura de “loucinha de brincar”, termo utilizado para caracterizar pequenas figuras, como por exemplo, bonequinhas, passarinhos ou apitos, que serviam muitas vezes para entreter as crianças, “eram os brinquedos de antanho”. 
Embora de uma simplicidade extrema, as suas criações expressavam nitidamente a riqueza de uma vivência pura e campesina, mas cheia de simbolismo e singeleza. A pobreza das cores, que caracterizava as suas peças, dava aos seus “bonecos” um fascínio recatado e, ao mesmo tempo, belo. 
Desconhece-se a data da morte desta artista popular, no entanto, pensa-se que terá falecido, por volta de 1950, em Galegos (Santa Maria). 
Deixou este mundo com uma longa história de vida e de labor onde depositou paixão e dedicação, como tantos outros com “vidas de barro”. 
(In C. M. Barcelos)

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