Eu digo NÃO!

Em defesa da língua portuguesa, o autor deste blogue não adopta o "acordo ortográfico" de 1990 por este ser inconsistente, incongruente e inconstitucional, para além de, comprovadamente, ser causa de crescente iliteracia em publicações oficiais e privadas, na imprensa e na população em geral.


30/04/2009

Reza a lenda que a tradição de colocar um ramo de "maios" ou giesta florida , na portas das casa se deve ao "milagre" que aconteceu quando Herodes soube que a Sagrada Família, na sua fuga para o Egipto, pernoitaria numa certa aldeia. Para garantir que conseguiria eliminar o Menino Jesus, Herodes dispunha-se a mandar matar todas as crianças. Perante a possibilidade de um tão significativo morticínio, foi informado, por um outro "Judas", que tal poderia ser evitado, bastando para isso, que ele próprio colocasse um ramo de giesta florida na casa onde se encontrava a Sagrada Família, constituindo um sinal para que os soldados a procurassem e consumassem o crime... A proposta do "Judas" foi aceite e Herodes tratou de mandar os seus soldados à procura da tal casa. Qual não foi o espanto dos soldados quando, na manhã seguinte, encontraram todas as casas da aldeia com ramos de giesta florida à porta, gorando-se, assim, a possibilidade do Menino Jesus, ser morto.
Existe também a outra versão que diz que colocar os "maios" na porta afasta os diabos durante o ano todo o que, diga-se na verdade, seria muito conveniente nos tempos em que não existia iluminação pública, porque agora, desde que as ruas e caminhos são iluminados, já não existem diabos, embora existam muitos diabos que vivem para infernizar e atormentar a vida aos outros.
De qualquer maneira, seja para afastar o "diabo" ou para comemorar a lenda acima, vamos manter a tradição e enfeitar as nossas casas com os "maios", é bonito e a flor até cheira bem.
Quem não reparou já no bonito espectáculo que se depara do monte do Facho, onde se vê toda a vertente virada a sul florida de amarelo, não é lindo!

29/04/2009

Bodas de Prata Sacerdotais.

Estão agendadas para o próximo dia 17 de Maio as comemorações das Bodas de Prata sacerdotais do Padre José Luís Souto Cardoso Coelho. Filho do Sr. António Coelho e Luísa Souto Cardoso, do lugar de Portela, é um dos três filhos deste casal que se ordenaram padres. Estudou no seminário da Congregação do Espírito Santo e foi ordenado sacerdote da Comunidade Shalom em 1984, sendo actualmente o Coordenador Geral deste movimento, que ajudou a implantar em Portugal quando, juntamente com o colega Tomás abriu as portas da Casa de Oeiras para concretizar o sonho de fazer dela a Tenda de Deus com os jovens.
A Comunidade Shalom é constituída por padres inteiramente dedicados à evangelização da juventude, especialmente através do Movimento Encontros de Jovens Shalom. São pessoas consagradas e a sua vida é andar por aí, indo onde os jovens estão para, a partir de sua realidade, com eles fazerem um processo de formação integral, ao nível humano, teológico, espiritual, social e pedagógico. Não tendo paróquias, para estarem mais disponíveis para este trabalho, a sua vida é de andarilhos, de grupo em grupo, de paróquia em paróquia, animando cursos e encontros, à luz deste projecto de Educação na Fé, para um crescimento integral das pessoas.
Do programa destaco a celebração da Missa comemorativa da ordenação e o almoço-convívio a realizar nas instalações dos Pais do Padre José Luís, no lugar de Portela.
Para o almoço-convivio estão abertas as inscrições para todos quantos desejem participar deste, solicitando os organizadores que as inscrições sejam efectuadas até ao próximo dia 3 de Maio.
A inscrição deve ser feita através do telemóvel 91 400 30 66, ou contactando pessoalmente o João Cortez.
Por último, para os interessados a informação do custo do almoço:
20€ por pessoa (adultos)
10€ por criança entre os 6 e os 12 anos.

28/04/2009

Claque.

Andam a circular apelos para que se forme uma claque para apoiar o Santa Maria F.C. no próximo jogo nas Taipas, e porque não para o resto do campeonato.
Já só faltam 4 jornadas, o avanço em relação aos adversários directos, Martim e Taipas, são respectivamente de 7 e 8 pontos, o que ainda não permite matematicamente dizer que a subida está garantida, por isso se reverte de importância crucial a deslocação às Taipas, principalmente porque não podemos perder pontos para estes rivais directos.
A propósito das claques, lembro a euforia, a alegria, o empenho, o bairrismo, a entrega, o querer e o poder que se viveu na altura em que o Santa Maria subiu a primeira vez aos nacionais, época 84/85, tendo a claque - Galos Vermelhos - dessa altura, de que orgulhosamente fiz parte, acompanhado a equipa em todas as ocasiões, fazendo das deslocações e dos jogos uma autentica festa de cor, alegria e apoio aos nossos bravos jogadores que lutavam dentro do campo.
Vamos tentar reavivar esse espírito, organizem-se, peçam apoio à Junta de Freguesia e incentivem a população para a recta final do campeonato, agora todo o apoio é bem vindo.
Deixo aqui o relato do responsável pelo blog do Santa Maria, que depois de fazer a sua análise ao jogo, deixa este reparo:
"Chego ao estádio com o meu cachecol e vi que eram poucas as pessoas que o tinham muitos disseram-me que tinham alguma vergonha e eu perguntei vergonha de vestir o cachecol da sua equipa? Estão a dizer que têm vergonha de ser do Santa Maria...temos urgentemente que mudar as mentalidades. E agora teremos os autocarros disponíveis para muita gente ir às Taipas???? Muita gente não sabe mas se vencermos nas Taipas, e o Martim perder, podemos festejar a subida aos nacionais, pois o segundo lugar dá de certeza acesso, pois já li no site da federação. E se a direcção colocar autocarros também pedia ao grupo de jovens para se tiver possibilidade fazer uma claque organizada para apoiarem o Santa Maria".
Como diria o Herman José:
Vamos lá cambada, todos à molhada, isto é futebol total, deixem-se de tretas, força nas canetas, o maior é o Santa Maria!

27/04/2009

Conhecem?

Alguém conhece este marcos no monte do Facho?
Não só estes porque existem mais espalhados pelo monte, alguns dos quais ainda não estão registados nem documentados, mas com um pouco de calma e paciência acho que os conseguirei encontrar.
Embora não tenha a certeza absoluta, penso que constituem as marcas indissociáveis da divisão entre Oliveira/Roriz e Roriz/Galegos Santa Maria, uma prova cabal e inequívoca de que Roriz não chega à capela do Facho como os rorizenses tanto apregoam e fazem questão de sublinhar.
Aliás, como está provado nas inquirições efectuadas após o terramoto de 1755, a que os parócos tiveram que responder por ordem de Sua Magestade D. José I, esta parte do monte que nós conhecemos por Monte do Facho, pertence à Serra de Oliveira, quem o afirma é o pároco de Santa Maria de Galegos, o de São Martinho de Galegos e até o de S. Miguel de Roriz.
Em 2008 o Padre Adílio Macedo, natural de Oliveira e pároco de Remelhe, editou um livro que fala deste e outros assuntos relacionados com "O Monte do Facho da Serra de Oliveira", onde podemos confirmar a verdadeira identidade deste monte que faz parte do quotidiano de Galegos Santa Maria.
Mas há mais, muitos mais marcos de que darei conta mais à frente...

26/04/2009

Mais uma vitória.

E o resultado do jogo entre o Santa Maria F.C. / Águias da Graça foi mais uma vitória do Santa por uma bola a zero.
Depois desta vitória arrancada a ferros, o Vieira resolve, o Santa Maria permanece em segundo lugar com 56 pontos, menos três que o Famalicão que lidera com 59 pontos.
Na terceira posição está agora outro clube barcelense, o Martim que vencendo o Santa Eulália por 2-0, acabou por beneficiar da derrota do Taipas em casa do Arões, ficando à frente deste, agora com 49 pontos, enquanto o Taipas se vê relegado para a quarta posição com 48 pontos.
E já só faltam quatro jornadas para o campeonato acabar...

Entrada gratuita.

Hoje joga-se o Santa Maria vs Águias da Graça pelas 16:00 horas no campo da Devesa.
Com o intuito de incentivar e cativar as mulheres para acompanharem os jogos do Clube da terra, a Direcção da colectividade abre as portas às mulheres, facultando-lhes a entrada livre.
É já a segunda vez que esta iniciativa acontece, elas agradecem até porque há muitas meninas com vontade de assistir aos jogos, talvez sem grande interesse propriamente no futebol, mas nos jogadores, de toda a maneira há que aproveitar a borla.
O importante é encher as bancadas e apoiar a equipa, portanto, Mulheres, contamos convosco!

25/04/2009

Prémio Inovarte 2009

No passado dia 20 de Abril a AdereMinho, associação para o desenvolvimento regional do Minho, anunciou os vencedores para o concurso Inovarte 2009, prémio destinado a promover e divulgar o artesanato minhoto.
O vencedor deste prémio é o nosso conterrâneo artesão Vítor "Baraça", neto da famosa, singular e criativa Ana "Baraça", com a peça "escola de astronomia".
Lembro que publiquei duas mensagens relacionadas com o clã "Baraça", uma em 19/03/2009 e outra em 30/03/2009, que podem recordar, lendo e vendo algumas das maravilhas artísticas saídas das mãos destes artesãos.
Recordo ainda, que a vencedora deste prémio no ano anterior foi também uma artesã nascida em Galegos Santa Maria, mas que vive actualmente em Areias de S. Vicente, Conceição Sapateiro - mensagem publicada em 08/04/2009.
Parabéns e continuem a vossa obra.

24/04/2009

Assembleia de Freguesia

Decorreu ontem, 23 de Abril, a sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Galegos Santa Maria.
Em conformidade com o edital afixado na porta da sede da Junta de Freguesia, estavam agendados os seguintes pontos na ordem do dia:
1 - Período antes da ordem do dia;
2 - Apresentação, discussão e votação da Conta de Gerência de 2008;
3 - Apresentação, discussão e votação da 1ª Rectificação ao Orçamento de 2009 e ao Plano Plurianual de Investimentos;
4 - Outros assuntos de interesse para a freguesia.

23/04/2009

Sessão de vídeo

A Associação Galo Novo, em colaboração com a Junta de Freguesia de Galegos Santa Maria, tem agendada uma sessão de vídeo para o próximo domingo, 26 de Abril, na sala de apoio do Centro Paroquial.
Esta iniciativa destina-se a mostrar e a recordar os passeios dos idosos que a Junta de Freguesia tem organizado e promovido desde há uns anos a esta parte para todos aqueles que tenham mais de 65 anos.
Será altura de avivar memórias, lembrar brincadeiras, recordar pessoas e amigos, reviver tempos passados com alegria e boa disposição, porque recordar é viver!
Para além da sessão vídeo, a Associação servirá lanche aos presentes. Contarão ainda com a presença de uma assistente social que esclarecerá e responderá a todas as questões relacionadas com a temática do apoio e assistência social nos tempos actuais.
Por último, informar que este evento decorrerá após a oração da tarde (terço) do domingo 26 de Abril.

21/04/2009

Júlio Alonso

Oleiro de Galegos Santa Maria é o único na região a fazer louça preta.

Tradição nas mãos de Júlio Alonso. A típica louça preta de Prado poderá estar em risco. Por enquanto, a tradição está a ser assegurada por Júlio Alonso, natural de S. Mamede de Escariz, Vila Verde, e residente desde há 55 anos em Galegos Santa Maria, terra de oleiros por excelência. “Mestre da louça preta” como é apelidado, Júlio Alonso é actualmente o único oleiro no Minho a dar vida a um ofício que, na região, remonta ao longínquo século XIII. Já sem carácter utilitário, agora a louça negra cumpre apenas funções decorativas, às quais o barrista se dedica por completo. Júlio Alonso, 78 anos, não dá descanso ao corpo e à roda desde menino, altura em que começou a ajudar os pais, Manuel Alonso e Maria Oliveira Gomes, no fabrico de louça preta, o negócio da família. Uma tradição que – curiosamente – a vida o encarregou de ser ele a preservar, já que é, actualmente, o único oleiro em toda a região a trabalhar na louça negra. Natural de S. Mamede de Escariz, Vila Verde, e a viver desde 1951 em Galegos Santa Maria, iniciou-se no ofício muito cedo, executando as tarefas mais simples como peneirar, amassar e pisar o barro. De um rancho de oito filhos – quatro rapazes e quatro raparigas –, só Júlio Alonso continuou com a tradição familiar, que se arrasta desde o avô paterno António Joaquim Alonso, de origem espanhola, que veio ter a terras portuguesas por motivos que não se conhecem. Também a sua mãe nasceu no seio de uma família de oleiros, os Coelhos, de Parada de Gatim. Não admira, pois, que a linhagem assim como as tradições da sua terra natal tenham influenciado Júlio Alonso para o resto da vida que, como o próprio diz, “já deu voltas e voltas…” Aos oito anos de idade já fazia algumas peças sozinho e, ainda antes de concluir o ensino primário (frequentou a escola até à 3ª classe), começou a trabalhar com o pai na oficina. “Naquela altura gostava de ser sapateiro mas como tive que ajudar o meu pai não pensei mais nisso”, relembra. Quinzenalmente, Júlio Alonso ia juntamente com o resto da família à Feira de Ponte de Lima para vender peças que, naquele tempo, tinham um cariz unicamente utilitário: as talhas para guardar as azeitonas e o azeite, os alguidares para a matança, o cântaro para ir buscar água à fonte e para a armazenar em casa, o pote para guardar o fumeiro, o púcaro para levar o comer aos trabalhadores no campo, as cabaças para o vinho, entre outras.

De Vila Verde para Barcelos. Já adulto, em 1951, o barrista casou com Gracinda da Conceição Cunha Loureiro, também natural de S. Mamede de Escariz. Dois dias depois do casamento mudaram-se para Galegos Santa Maria, terra natal do pai da sua esposa. De 1951 a 1955, Júlio Alonso trabalhou à tarefa em algumas fábricas de cerâmica enquanto oleiro-rodista. “Trabalhava à peça, quanto mais fizesse, mais ganhava. Que vida! Para me ir levar o almoço, a minha mulher andava três quilómetros a pé com um filho ao colo só para eu não perder tempo”, recorda com nostalgia. Depois da jornada laboral, “ainda chegava a casa e fazia peças à roda”, como vasos, jarras e potes em louça vermelha polida e também em louça branca. À quinta-feira, a sua mulher Gracinda ia vendê-los à Feira de Barcelos, como forma “de ganhar mais algum dinheirito”, frisa sorrindo. E porque na época a venda dos produtos nas feiras e romarias era a mais rentável, Júlio Alonso deixou a fábrica de cerâmica e optou por essa forma de comercialização que os levou até vários pontos do país. Durante quatro anos, enquanto os filhos ainda não frequentavam a escola, saíam por altura da Festa das Cruzes e só regressavam a casa nos finais de Outubro. Ao longo de seis meses, eram uma espécie de nómadas, pois não tinham poiso certo, estavam um determinado tempo em cada lado. “Estávamos um mês em Lisboa, na Feira da Luz, depois íamos uns dias para Vila Franca de Xira, de seguida para Santarém, e só no fim da de Tomar é que regressávamos a casa”, explica, acrescentando de pronto: “era uma vida qualquer…”. Quando as feiras se realizavam mais perto (Porto, Guimarães e Viana do Castelo) vinham fugazmente a casa e aproveitavam também para ir buscar mais peças às fábricas. Entretanto, os filhos entraram para a escola e a família Alonso teve que abandonar esta forma de vida. Arranjou emprego a tempo inteiro numa empresa de cerâmica e, já a viver na casa que comprou no lugar de Souto de Oleiros, em Galegos Santa Maria, e por incentivo de um conhecido, retomou a produção de louça preta de Prado. A primeira encomenda foi uma grande quantidade de cinzeiros em preto, o que o obrigou a construir propositadamente um forno para experimentar. A “tentativa” deu certo e a partir daí as encomendas surgiram em catadupa. Vendia peças para todo o lado, como Chaves e Viseu, e de entre os muitos compradores havia um “especial”: um senhor espanhol que vendia os seus trabalhos numa loja em Barcelona. Ao mesmo tempo, esse cliente ia dando ideias e modelos para que o oleiro aumentasse o seu espólio, como moringas e morcegos com assobios, enuncia. Interrompeu o fabrico de louça preta entre 1978-1982, altura em que foi sócio da empresa “Tulipa”. O regresso à arte da sua vida tem persistido até agora.

O último oleiro do Minho. Com 78 anos, Júlio Alonso continua a trabalhar à roda – agora eléctrica porque o físico assim o exigiu. Reconhece que pode muito bem ser o último oleiro de louça preta por estas bandas, afirmando ter “pena que a tradição acabe”. “Por estes lados já não há mais ninguém a trabalhar neste ofício e no resto do país só há mais alguns”. O barrista refere-se aos “resistentes” de Vilar de Nantes, Bisalhães, Gondar, Fazamões, Molelos e Olho Marinho, locais que ainda se encontram em laboração. No Minho, o extinto concelho de Prado – cuja área correspondia à de algumas freguesias dos actuais concelhos de Barcelos, Vila Verde e Braga – outrora um importante centro oleiro, já só conhece um moldador de louça preta. Apesar da idade, Júlio Alonso teima em dar vida a um ofício que, na região, remonta a tempos remotos. Na obra “A louça preta em Portugal: olhares cruzados”, editada em 1997 pelo Centro Regional de Artes Tradicionais, Isabel Fernandes escreve que “desde o século XIII (1220) que aparece documentado o fabrico de louça preta em Prado”. Nos séculos seguintes, este tipo de cerâmica atingiu mercados alargados. Há documentação que demonstra que esta louça “chegava ao Porto, desde pelo menos o século XIV (1339)”. Mais tarde, já no século XIX, Rocha Peixoto refere que Prado continuava a fornecer um vasto mercado desde o norte até ao Mondego, passando por Trás-os-Montes e Beiras e também a zona da Galiza. A decadência do ofício dá-se em finais do século XIX, quando a actividade oleira teve que competir com a louça produzida nas fábricas de cerâmica, as quais, ainda por cima, se socorreram de mão-de-obra de origem artesanal, pois garantiam aos oleiros melhores condições de subsistência. Por outro lado, por volta da segunda metade do século passado, os utensílios em barro começaram a ser substituídos pelos produtos feitos em ferro, alumínio e plástico, mais práticos e melhor adaptados às lides domésticas. Júlio Alonso recorda essa altura em que foi obrigado a deixar de fazer peças de carácter utilitário de grandes dimensões usadas nas tarefas domésticas, como louça de ir ao lume, louça para transporte e serviço de líquidos, louça para preparação, consumo e armazenamento de alimentos. A solução passou por moldar miniaturas que reproduzem as formas tradicionais. “A louça grande fez-se mais ou menos até à década de sessenta depois deixou de se vender, por isso comecei a fazer as mesmas peças mas em ponto pequeno”, explica. E, com o tempo, foi também dando asas à imaginação, criando novas peças que cumprem funções unicamente decorativas, das quais se destacam os presépios, os Cristos, os santos populares, os animais e os galos. Os preços variam consoante o tamanho dos trabalhos (desde 1 euro até aos 25 euros). A recessão económica também tem atingido o artesanato, quem o diz é o oleiro: “já se vendeu muito melhor, agora as pessoas não compram tanto, deve ser da crise”.

“Preta por causa do fumo” . Dos seus quatro descendentes nenhum deles quis dedicar-se a sério ao fabrico da louça preta. “Cheguei a pôr o rapaz a fazer milhares de galinhos e chaminés em miniaturas e pagava-lhe um tanto por cada cem peças que fazia porque ele queria estudar e comprar carro”. “Era melhor isso do que andar na rambóia!”. Hoje, o filho “trabalha na cerâmica de moldes mas sabe trabalhar à roda”, afiança. “Compreendo que ele não queira dedicar-se a isto a 100% porque não dá para viver, mal paga o trabalho”. Há uns tempos disponibilizou-se para ensinar a arte mas a ideia nunca chegou a ser aproveitada por nenhuma entidade, para grande desilusão do artesão: “não queria que a louça preta acabasse, nessa altura estava disposto a ensinar como se faz”. E agora? “Agora, a idade já não o permite, já só faço mesmo para me entreter”, reconhecendo que é também por ter a responsabilidade de “salvar” a tradição. Quando questionado sobre a particularidade do tipo de louça que produz, Júlio Alonso replica com o devido rigor verbal: “é preta por causa do fumo”. Depois de moldadas, as peças vão ao forno a elevadas temperaturas e, durante duas horas aproximadamente, ficam lá dentro a cozer. Durante esse tempo “não pode haver labareda nem fuga de fumo, senão as peças ficam manchadas”. De resto, em Fevereiro deste ano (2006), Júlio Alonso foi reconhecido artesão de mérito pela Comissão Nacional para a Promoção dos Ofícios e das Micro-Empresas Artesanais. (Autor: Filipa Oliveira in Barcelos Popular 21/Julho/2006)

19/04/2009

Rancho Folclórico de Fonte Boa (Esposende)

Grupo Folclórico Juvenil de Galegos Sta. Maria

Procissão 4

Procissão 3

Procissão 2

Procissão 1

Antes da procissão.

Alguns tapetes.

Imagens da Festa.

O conjunto é o U-Kapa, e como o palco é um semi-reboque comprido não tiveram condições para o levar até junto da capela, pelo que deram o espectáculo junto da casa do Álvaro Teixeira, no caminho que liga Portela ao Eirôgo.

17/04/2009

Procissão de Velas.

Começam hoje oficialmente os festejos em honra da Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Programadas para este fim-de-semana, a festa decorre na capela de Santo Amaro, onde é também honrada a imagem da Senhora do Bom Sucesso, a quem devotamente recorrem as parturientes pedindo ou agradecendo uma boa hora na altura do parto.
Assim, para hoje está programada a procissão de velas, que saindo do Lugar de Casal do Monte percorrerá os Lugares de Pena Grande, Casa Nova, Portela e finalmente Santo Amaro.
Chegados à capela haverá celebração da Eucaristia em honra da Senhora do Bom Sucesso, e no final uma sessão de fogo de artificio encerrará os festejo do dia.

16/04/2009

Casa das Almas

No seu "Barcelos Aquém e Além Cávado", Teotónio da Fonseca escrevia, a propósito de Galegos Santa Maria, que "as suas casas mais importantes são: a de Aldeia, a do Macedo, a do Souto, a do André, a do Salgueiro, a de Trás da Fonte e a das Almas".
É desta última que trato hoje, a casa das Almas, pertencente ao Sr. Manuel Macedo, em Aldeia, devendo o seu nome às Alminhas que lá tem embutida na parede.
Mas o que me chamava a atenção, para além das alminhas, era aquela parte da casa delimitada pelas duas secções de pedra em alvenaria e as gateiras!
Embora desconfiasse, acabei por descobrir que nesta casa já existiu uma capela, que depois de desactivada foi adaptada para habitação e arrumos.
Mas faltavam os dois elementos decorativos indiciadores da existência de uma capela, a cruz e os dois pináculos laterais de pedra... Afinal não estavam muito longe, estão na casa da Dª. Samarina, ou melhor dizendo, a de Aldeia.
Na foto abaixo podem encontrar esses elementos decorativos na sua nova função.
Segundo parece, no final do século XIX ou início do século XX os proprietários das duas casas, por razões que ainda desconheço, acordaram uma troca de propriedades e dessa troca resultou a desactivação da capela aqui mencionada, não tendo a certeza se a mesma foi posteriormente instalada no local onde estão a cruz e os pináculos actualmente, ou simplesmente desapareceu, até porque a única capela particular conhecida em Galegos Santa Maria é a do Senhor da Saúde, situada nas Termas do Eirôgo.
De qualquer maneira, é mais um facto curioso que registo do passado desta freguesia.